terça-feira, 1 de abril de 2014

Sorrisos (in)voluntários

Não, definitivamente não era. Eram turbilhões de gestos.  Pernas que tremiam, mas que continuavam com rapidez, que cambaleavam quando os caminhos se cruzavam.
Era um estômago que gritava de barriga cheia. Ele fazia barulhos. Eu sentia como se houvesse um tour dentro de mim. Talvez fossem borboletas. Até porque, havia momentos que eu parecia voar, mas não era eu. Talvez fossem elas.
Havia tamanha sincronização entre corpos. Um ímã, que se tornava mais forte a cada instante, constante. Que instantaneamente juntava olhares, gestos, sorrisos, casava-os perfeitamente sem que percebessem. Ou até dava a perceber, mas nenhum admitia.
Eram olhos fixos, não sei se meus ou os dele, mas encaravam com tamanha ternura, de modo a dizer mais que muita coisa, ou tudo.
Era um rosto visto no meio da noite, que roubava, o lugar, o sono, o ar. Rosto que continha o riso mais bobo e mais prazeroso de se ouvir. Era inocente. Contagioso. E me fazia ter sessões de sorrisos involuntários, gargalhadas profundas em mente, e gerava em mim perguntas que eu mesma mal sabia responder. Eu definitivamente não sabia o que era. A única coisa que (talvez) era certeza, era de que nada era vontade, tudo era indefinido, indevido, involuntário, incondicional. Definitivamente não, não era o que eu pensava, se é que pensava. Não definitivamente não era amor. Não, era amor.